LESÕES MUSCULO-ESQUELÉTICAS
Perante um acontecimento lesional musculo-esquelético decorrente de traumatismo pela prática desportiva ou por um episodio ocasional (entorse, ruptura muscular, traumatismo muscular directo ou indirecto, etc) o paciente fica perante a duvida de quais as medidas que deve tomar.
Popularmente a ideia imediata é o repouso, pela dor que desencadeia o movimento, a aplicação de gelo, a auto prescrição de anti-inflamatórios e esperar que os sintomas iniciais desapareçam para logo de imediato regressar à sua actividade “normal”, seja qual for esta actividade.
No entanto os acontecimentos seguintes, podem não ser tão lineares e pelo agravamento doloroso, pela dificuldade de actividade ou pelo tempo que decorre, levam a um receio justificado que as medidas tomadas não tenham sido as mais adequadas e possam levar ao agravamento do seu quadro clínico.
Assim e se a situação clínica justificar, uma das primeiras medidas poderá ser um exame radiológico para avaliar a integridade óssea ou a congruência articular. No entanto e tão ou mais importante que esta últuma é a Ecografia Musculo-Esquelética. Este exame a ser realizado por mãos experientes pode dar preciosas informações não só das estruturas musculares, ligamentares, tendinosas e das superfícies articulares, como também da estrutura do osso pelo varrimento da superfície do osso (cortex) que a sonda do ecografo permite. Associada a um exame médico criterioso tem-se uma avaliação dos estragos havidos e o prognóstico regenerativo com a melhor terapêutica a seguir.0
Por muito tempo usou-se o acrónimo RICE para guiar os conselhos a dar ao paciente lesionado, tendo-se nos ultimos anos acrescentado um P, originando o acrónimo de PRICE.
O primeiro seria:
R – REST - descanso
I – ICE- gelo
C – COMPRESSION - compressão
E - ELEVATION – elevação
Sendo o segundo acrónimo:
P – PROTECTION – medidas de protecção
R – REST - descanso
I – ICE- gelo
C – COMPRESSION - compressão
E – ELEVATION – elevação
Estas medidas em fase aguda ou mesmo subaguda, não eram incorrectas e ainda são lembradas na maior parte das vezes. No entanto por serem limitativas e não abrangerem diversas situações clinicas, factores externos e temporais optou-se mais recentemente o acrónimo de
PEACE & LOVE
PEACE:
- Proteção: evite atividades e movimentos que aumentem a dor durante os primeiros dias (1 a 3 dias) após a lesão. Evite o repouso porque pode comprometer a qualidade e a força tecidular. - Elevação: promova a elevação do membro lesionado, sempre que possível, para promover a drenagem de fluidos nos tecidos afectados.
- Evitar: (Avoid, traduzido do inglês) anti-inflamatórios não esteróides (AINE´s), uma vez que estes reduzem a capacidade de regeneração dos tecidos, pois os AINE´s afectam negativamente o normal funcionamento das plaquetas
- Compressão: utilize uma banda elástica ou uma ligadura para reduzir a tumefacção evitando o desenvolvimento de edema.
- Educação: recorra a uma abordagem ativa e estabeleça expectativas realistas em relação ao tempo que pode demorar a recuperar e deixe a natureza desempenhar o seu papel, em vez de procurar uma solução milagrosa. Esteja consciente e realista quanto à sua importância na recuperação.
&
LOVE:
- LOAD: ( Carga, traduzido do inglês): deixe que a dor guie o seu regresso gradual às actividades normais. O seu corpo vai comunicar consigo quando se sentir capaz e for seguro aumentar a carga.
- Optimismo: o cérebro desempenha um papel fundamental na reabilitação.e as expectativas optimistas do paciente estão associadas a um melhor prognóstico. Factores como o pessimismo e a sensação de tragédia podem prejudicar a sua recuperação. Deve-se focar em pensamento positivo e ter confiança numa recuperação plena
- Vascularização: actividades aeróbicas que não causem dor, ajudam a aumentar o fluxo sanguíneo com melhoria da vascularização dos tecidos em recuperação. Dê preferência a actividades em que não haja carga do membro lesado.
- Exercício: recupere a mobilidade, a força e o equilíbrio através da prática regular de exercício, adaptado à sua condição física. Exercícios ajudam a restaurar mobilidade, força e propriocepção logo após a lesão. Dor deverá ser evitado para garantir a regeneração ideal durante a fase subaguda de recuperação, e deve ser usado como um guia para a progressão de exercício.
Nota: - Sempre que possivel avalie a progressão da lesão por estudo ecográfico, no mínimo com espaço temporal de 30 dias
TEMPO DE REGENERAÇÃO DOS TECIDOS
Marianna Ribeiro de Menezes Freire1 http://orcid.org/0000-0003-1659-4336
Philippe Mota Coutinho da Silva
Arthur Rangel Azevedo
Denison Santos Silva3 Ronald Bispo Barreto da Silva
Juliana Cordeiro Cardoso
Faculdade de Medicina, Universidade Tiradentes (Unitmed), Aracaju, SE, Brasil Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), São Paulo, SP, Brazil 3Universidade Tiradentes (Unitmed), Aracaju, SE, Brazil
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RESUMO
Objetivo Analisar a eficácia do uso de plasma rico em plaquetas, obtido do sangue periférico e autólogo dos pacientes, na redução das queixas álgicas e melhoria funcional dos pacientes portadores de osteoartrite de joelhos, em comparação com o tratamento padrão com injeção de corticosteroides de depósito, como a triancilonola.
Métodos Os pacientes foram acompanhados clinicamente na consulta pré-infiltrativa, com avaliação quantitativa através das escalas Knee Society Score (KSS), Western Ontario and McMaster Universities Osteoarthritis Index (WOMAC), e Kellgren and Lawrence. Além disso, os pacientes foram reavaliados com as mesmas escalas após 1 mês e 6 meses de intervenção com 2,5 mL de acetato de triancinolona ou 5 mL de plasma rico em plaquetas. O estudo foi feito em 50 pacientes portadores de osteoartrite de joelhos atendidos no Centro de Especialidades Médicas, divididos em amostras equivalentes randomizadas para cada terapia.
Resultados No presente estudo, verificaram-se redução dos valores em escalas álgicas, como a WOMAC, e elevação das pontuações em escalas funcionais, como a KSS, evidenciadas em 180 dias após o uso de plasma rico em plaquetas, uma terapia feita a partir do sangue autólogo do paciente e com menos efeitos colaterais.
Conclusão Embora ambas as terapias com plasma rico em plaquetas e corticosteroides tenham se mostrado eficazes na redução das queixas álgicas e na recuperação funcional, houve diferença significativa entre as terapias aos 180 dias. De acordo com os resultados obtidos, no tratamento da osteoartrite do joelho, o plasma rico em plaquetas demonstrou efeitos mais duradouros em 180 dias.
Palavras-chave osteoartrite; corticoterapia; plasma rico em plaquetas
Lesões mais comuns em desportistas
A contusão muscular ocorre quando um músculo é submetido a uma força de compressão rápida como um golpe direto, uma queda por exemplo. No estiramento, o músculo é submetido a uma tração “puxão” excessivo levando à sobrecarga das fibras musculares e, consequentemente, a sua ruptura perto da região musculo-tendinosa entre o músculo e o tendão.
Factores de risco:
-Deficiências de flexibilidade
-Desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (anterior e posterior)
-Lesões musculares antigas com reabilitação incomplete
-Distúrbios nutricionais
-Distúrbios hormonais
-Alterações anatômicas e biomecânicas
-Infecções
-e sobretudo factores relacionados ao treino (aquecimento inadequado, incoordenação de movimentos, técnica incorreta, sobrecarga e a fadiga muscular
Sintomas:
Dor súbita localizada, de intensidade variável, algumas vezes acompanhada de um estalido audível ou de uma sensaçao de pedrada. Ocorre geralmente durante a explosão muscular na corrida, salto ou arremesso e culmina com a incapacidade de realizar o mesmo movimento. A intensidade dos sinais e sintomas pode variar de acordo com a gravidade.
Tratamento:
Os princípios do tratamento seguem o método PRICE (proteção, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido).
Repouso, elevação e gelo nas primeiras 72 horas, sendo que a aplicação de gelo deverá ser por periodos de 10 a 15 minutos cada vez.
A protecção consta de prevenção de actividades e / ou terapias que possam agravar a lesão. A compressão deverá se manter até à cicatrização.
Ténicas de Fisioterapia deverão prevalecer as associadas à radiofrequência, técnica Indiba, podendo o seu uso a ser utilizado logo nas primeiras horas após a lesão.
PRP - plasma rico em plaquetas:
As plaquetas ajudam o processo de regeneração dos tecidos, pois contêm factores de crescimento tais como derivado de plaquetas (PDGF) , transformador de crescimento (TGF ) -ß , semelhante à insulina (IGF ) e o de fibroblastos (FGF).
A associação da Radiofrequência Indiba e Plasma rico em plaquetas produzem rápida regeneração e cicatrização com excelentes resultados.
(adaptado de texto Dr. Adriano Leonardi, médico ortopedista, especialista em traumatologia e cirurgia do joelho)
Bursite do calcanhar (retrocalcânea) - Dor, aumento de sensibilidade à palpação e tumefação dolorosa na região posterior do calcanhar podem indicar inflamação da bursa retrocalcânea. Por vezes confundida com tendinopatia do Aquiles, mas com um simples exame ecografico distingue-se a patologia em causa.
Essa bursa serve como “almofada” como facilita o deslizamento entre as estruturas do tendão de Aquiles com o osso do calcanhar. Ao ficar inflamadam por excesso de atrito como andar excessivamente, pular ou correr pode ficar tumefacta e com os sinais inflamatórios atrás descritos. Também uma tendinopatia do Aquiles pode causar bursite retrocalcânea.
Nas corridas de todo o terreno, principalmente em subidas, faz com que o pé flexione consideravelmente, podendo ser a causa de inflamaçãiõ da bursa retrocalcânea.